Sobre história
- Alessandro Echamende
- 21 de jul. de 2023
- 7 min de leitura
Hoje decidi trazer um post daqueles que servem tanto para profissionais da fotografia quanto para os que se interessam pelo assunto e gostariam de saber mais a respeito. Vamos falar de história!
Muita gente acredita, por alguma razão, que a fotografia é relativamente ''nova'', porém, se você der um google vai perceber que a técnica de ''desenhar com a luz'' é mais antiga do que se imagina.
A palavra fotografia tem origem grega e é composta pela junção das palavras Fós (Luz) e Grafis (Escrever ou desenhar).
Em termos científicos, a fotografia nada mais é do que a captura de imagens a partir da exposição de materiais fotossensíveis.
Aí você me pergunta ''Mas como assim?''
Simples... Ou nem tanto!
Tudo começa por volta de 350 a.c, onde os alquimistas e químicos iniciaram os primeiros experimentos fotográficos, o que já mostra o quão antiga é a natureza dessa prática.
De lá até o surgimento do que foi chamado de ''primeiro registro fotográfico'' diversos testes e e tentativas de efetivação da técnica foram experimentados.
Pesquisas onde analisava-se a projeção de imagens através de frestas de luz no interior de locais escuros, escurecimento de sais de prata e oxidação da prata devida a exposição solar.
Testes após testes e nos encontramos em meados da metade do século XIX, onde fixar uma imagem no papel acabou virando um desejo em comum entre todas as classes. Os pioneiros nas pesquisas procuravam uma maneira de fazer com que a exposição a luz solar resultasse na gravação das imagens. Em 1826, na França, Joseph Niépce que estudava desde 1817 as propriedades e reações do cloreto de prata no papel, consegue criar a primeira fotografia propriamente dita.

Usando uma caixa de madeira e muita paciência (A exposição durou aproximadamente 8 horas), Niépce sensibilizou quimicamente o papel dentro da câmara e apontou para uma mesa em seu jardim.
Muito se fala sobre os êxitos de Niépce terem sido por acaso, afinal se formos analisar as primeiras fotografias estáveis, cujo a imagem não desaparecia com a exposição ao sol, percebemos que existem muitos meses de diferença entre elas.
Daguerreotipia
Após os avanços e efetivação do método de Niépce, o mesmo começou uma sociedade com o cenógrafo e pintor Louis Jacques Daguerre, que vinha tentando fixar as imagens em placas de metal polido através do método da câmara escura.
Com o falecimento de Niépce em 1833, Daguerre acabou dando prosseguimento as pesquisas sozinho, porém abandonando a ideia do papel sensibilizado e focando na placa polida de metal. Após o descobrimento do seu método de fixação, ao qual deu o nome de ''daguerreotipia'', o cenógrafo tomou para si o mérito do processo das imagens fixadas.

O ''Daguerreótipo'', como era conhecido, apresentava pouca praticidade, o aparelho em questão era muito pesado, o que impedia de ser popularizado.
Calótipo
O próximo avanço importante dentro da fotografia se deu quando, em 1840, o químico inglês John F. Goddard desenvolveu lentes com maior abertura, o que permitia maior entrada de luz.
Em 1841, o escritor e cientista inglês William Henry Fox Talbot criou o que foi chamado de ''Calótipo'', que consistia em um processo de exposição a luz com câmara escura, um negativo em papel sensibilizado com nitrato de prata e ácido gálico. Após a primeira etapa, o mesmo seria fixado em uma solução de hipossulfito de sódio e após a secagem, positivado por contato direto a outro papel.

Chegam as cores
Em 1861, o escocês James Clark Maxwell cria a primeira fotografia colorida.
Clark teve ajuda dos lendários irmãos Auguste e Louis Lumière, que mais tarde viriam a desenvolver um método de movimentar as imagens, o que acabou dando origem ao cinema. Além dos dois, o físico Gabriel Lippmann também teve importante participação no processo.

Tempos depois, o Francês Louis Ducos du Hauron se dedicou a maneiras de impressão de fotografias coloridas usando as cores vermelho, verde e azul. Que até hoje são conhecidas dentro da área como ''RGB'' (Vermelho, Verde, Azul). As famosas cores ''aditivas'' e ''subtrativas'', popularmente chamadas de ''CMYK'' (Ciano, Magenta, Amarelo). Métodos esses que viria a patentear em 1868.

Em 1971, o médico inglês Richard Leach Maddox aprimorou o método de emulsão seca de brometo de prata em colódio, substituindo o colódio por placas secas de gelatina.
Fotografia para todos
No século XIX, a fotografia passa a fazer parte da vida de todas as pessoas. Momentos como festas, cerimônias e casamentos são registrados pelos fotógrafos profissionais de estúdio, que na época eram os únicos com capacidade para adquirir e manusear os equipamentos.
Nessa época se popularizaram as fotos posadas, onde os modelos em questão precisavam ficar imóveis para garantir o melhor resultado possível. A imagem era capturada e passada para o papel posteriormente.

Kodak
Em 1888, a empresa americana Kodak revoluciona a maneira de

se fazer fotografia.
Longe da complexidade e utilização pouco prática das até então câmeras ''convencionais'', a gigante estadunidense cria um modelo com
filme de 100 poses de praticidade inigualável. Para a revelar seus registros era necessário o envio do filme para a companhia. Os mesmos já faziam a impressão além de trocar o filme. Hoje em dia isso pode não parecer tão prático assim, mas se imagine em 1888, sem câmeras digitais ou smartphones... Não tem como negar que a empresa foi pioneira no quesito fotografia popular.
''Você aperta o botão, nós fazemos o resto''
O icônico slogan contribuiu para sua rápida popularização, e em 1892 a Kodak, que antes era apenas o nome do modelo de câmera, passou a ser oficialmente da empresa Eastman Kodak Company.
Em 1895 é lançada a Kodak Pocket, primeira câmera de bolso da história. Porém foi em 1900 que a marca já popular ''explodiu'' com o lançamento da Brownie Kodak.

Com formato de caixa pequena, o modelo custava aproximadamente 1 dólar e podia ser adquirida por qualquer pessoa. Sem necessidade de conhecimentos avançados sobre fotografia. A Brownie foi produzida até o ano de 1986.
Outros modelos foram desenvolvidos pela empresa ao longo dos anos, incluindo a queridinha ''Instamatic'' em 1963, que com seu design clássico, baixo custo e filme de fácil substituição, acabou caindo nas graças dos fotógrafos profissionais e amadores de maneira rápida.
Polaroid
Retomando a ordem cronológica, em 1948, a Polaroid Corporation ganha reconhecimento mundial com a criação da primeira câmera instantânea, por Edwin H. Land.
A Polaroid Land Model 95 funcionava com a utilização de dois rolos separados para negativo e positivo, o que permitia sua revelação dentro do corpo da câmera.

Empresas como a Kodak, citada acima, por volta dos anos 70 tentaram investir em modelos de câmera instantânea, porém em 1986 com a disputa de patente vencida pela Polaroid, acabaram se retirando do mercado.
A empresa parou oficialmente sua produção em 2008 e retomou em 2021, dessa vez focando na fotografia instantânea e digital.
Câmeras Digitais
E chegando próximo a nossa realidade atual, em 1975, Steve Sasson, engenheiro da Kodak, desenvolve a primeira câmera digital. Porém o modelo, que pesava em torno de 3,5kg, tinha 0.01 megapixel, utilizava uma fita cassete para guardar as imagens e levava aproximadamente 23s para guardar os dados, acabou não passando de um protótipo.

Anos depois, em 1989, Steve e seu colega Robert Hills apresentam ao mundo a primeira DSLR (Digital Single Lens Reflex). Popular até os dias atuais, esse modelo de câmera comprime as imagens com a passagem de luz pela lente, atingindo um espelho que se encontra no corpo e refletindo a imagem para cima ou para baixo no visor. Quando o botão do disparador é pressionado, o espelho se abre e expõe o sensor, fazendo o registro de maneira digital.
A criação de Steve e Robert era, no mínimo revolucionária, porém quando apresentada aos donos da empresa, a ideia foi descartada, pois segundo os mesmos, esse modelo de câmera iria ser um tiro no pé considerando que a Kodak era dominante na área até o presente momento e todos os processos como compra da câmera, revelação e troca de filmes passavam pela empresa.
Não preciso nem dizer que isso foi um dos principais motivos para a empresa perder as forças e cair no esquecimento com o passar dos anos...
O modelo com sensor de megapixel só veio a sair do papel em 1991 com a Kodak DCS. De lá para cá, marcas como Canon, Nikon, Fujifilm e Sony, que hoje dominam o mercado das câmeras, passaram a ganhar cada vez mais força apresentando modelos para cada tipo de público. Desde entusiastas até profissionais.

As câmeras passaram a ter seus modelos de entrada, intermediários e avançados e classificações como ''semi-profissional'', ''Profissional'', etc... O que facilitou sua comercialização para sua devida finalidade.
Os modelos digitais são sem sombra de dúvidas até hoje a melhor opção para quem busca resultados profissionais.
Atualmente parte dessas empresas tem focado nos modelos ''mirrorless'', que consistem em câmeras digitais sem espelho, o que faz com que as imagens sejam pré-visualizadas de maneira totalmente digital.

Smartphones
E chegamos aos dias atuais (Ou talvez nem tanto) com a fotografia mobile. Muitas vezes vista com certo desdém, as imagens capturadas através de aparelhos celulares apareceram pela primeira vez em 1999 com o Kyocera VP-210, aparelho considerado revolucionário em seu tempo.

A popularização não demorou muito e no início dos anos 2000 aparelhos como o Samsung SCH-2000 e o J-Phone da Sharp ajudaram a tornar comum a ideia de aparelhos celulares com câmeras acopladas.
Com o passar dos anos, os aparelhos foram se desenvolvendo e as câmeras que antes apresentavam qualidade razoável hoje batem de frente e, embora não sejam uma ameaça a fotografia ''tradicional'', estão cada vez mais presentes no dia a dia, trazendo novos admiradores dessa arte e tornando as capturas cada vez mais com aspecto de profissionais.

Aparelhos com duas ou três câmeras fazem os smartphones atenderem todas as possibilidades de uma câmera digital como o grande angular, telefoto e retratos.
Com isso, o mercado da fotografia ganha cada vez mais valorização e alto nível, pois temos pessoas que levam isso como um hobby, porém conhecem a técnica e sabem reconhecer uma boa foto. Isso faz com que profissionais precisem estar em constante evolução para conseguirem ter um trabalho autoral e desejado.
E esse foi um resumo da história da fotografia. Curtiu o conteúdo? Acha que a fotografia tem muito a evoluir futuramente? Deixa teu comentário e compartilhamento para debatermos a respeito.
Lembrando que eu venho aqui uma vez por mês, todos os meses trazendo conteúdos relacionados a fotografia de uma forma que sirva tanto para fotógrafos quanto para entusiastas do assunto.
Obrigado por ler até aqui
Um abraço!






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